sábado, 11 de setembro de 2010

Canto dos Renegados

Eu canto a cantiga dos renegados, não o lamento dos negros, mas a “Cantiga dos Renegados”, cantiga, canção, na ciranda da vida a canção é ornamento da alma. Quem canta protesta, se consola, desabafa, mergulha na dor, se deleita no sentimento da miséria, que corrói, que fermenta, mas que faz sentir a vida, que o torna vencedor , pois o vazio inexiste em corações conflituosos, o amor, a dor, é a inspiração do poeta, que descreve de forma bela, tudo que é belo. Dá exuberância ao que é simples, faz da lua o centro do universo, no olhar dos apaixonados, e o mar de abismos em mar de rosas, que exala perfume. Só aos feridos pelos espinhos da sangria dos espinhos, ri o palhaço que finge nada saber da dor, que finge não ter amado, que finge não ser calçada, para os descalços e desnudos, que miseráveis pagariam fortunas para serem palhaços... o riso da vida que camufla o choro da alma, o espetáculo gritante do entusiástico, do colorido ao centro dos areópagos, em questionamentos socráticos, platônicos ou quem sabe em busca de seu Gamaliel, na grande descoberta que o ápice da sabedoria é a ignorância, pois na ignorância somos arrogantes ou somos inocentes, mas somos o que somos.

Drª Angela Santos

Um comentário:

Alvaro do Nascinmento disse...

Muito poético! Parabéns!
Alvaro do Nascimento