terça-feira, 31 de maio de 2011

POÇOS

Que maravilha é termos um poço. Como ele é capaz de nos abençoar. Aqueles então que residem em regiões áridas, onde o conforto da água canalizada ainda não chegou, sabe o quanto é importante termos de onde tirar água límpida e fresca para saciar a nossa sede. Quanta diferença esta água fresca é capaz de fazer em nossas vidas, trazendo-nos refrigério para nosso corpo.
O patriarca Abraão, havia mandado abrir poços nos desertos da terra de Gerar, que serviria para abastecer de água aos habitantes daquele lugar, abençoando a vida daquele povo que ali vivia. Entretanto, os filisteus, povo que era inimigo do povo de Deus, vieram e entulharam aquelas fontes de água que foram abertas por ordem de Abraão, trazendo maldição para aquele povo ( Gn. 26: 18-25).
Era ali, um lugar seco, sem um mínimo de água pura para beber, encontrando-se somente algumas poças de águas que eram retidas da chuva, expostas a todo o tipo e sorte de impurezas. Então Isaac, filho do velho patriarca, corajosamente levantou-se e mandou desentulhar os poços que seu pai havia cavado, e foram fechados por seus inimigos, os filisteus, e dando a cada poço que ia sendo reaberto os mesmos nomes que anteriormente possuíam. Foi uma atitude digna de ser louvada de Isaque, que soube enfrentar a fúria de seus inimigos, os filisteus, e restaurou a sorte do povo de Deus. Do próprio Deus, recebeu a promessa contida nos vs. 24-25.
Nos dias de hoje, a história continua se repetindo. É chegada à hora e o tempo em que se torna necessário reabrir os poços antigos. O que temos visto são verdadeiros entulhos culticos e doutrinários, que estão impedindo as verdadeiras fontes de águas cristalinas e frescas, que outrora saciavam a sede dos sedentos e, matavam a fome daqueles que estão famintos. È necessário que deixemos fluir a pureza das águas límpidas que fluem do Trono de Deus.
Aqueles sermões substanciosos, capazes de nos alimentar e de nos edificar, assim como a toda a igreja de Nosso Senhor Jesus Cristo. As orações fervorosas, os hinos com letra e musica com espiritualidade e base teológica e doutrinária, foram trocados por um amontoado de palavras com sentido dúbio, e repetitivo, que em nada acrescentam na vida e na edificação do servo de Deus.
São os modismos, que como um vendaval, surge repentinamente, mas logo se vão, deixando apenas atrás de si, um rastro de destruição – escombros e dor – onde nada ou quase nada, é de proveito para nossa edificação.
Os cultos são voltados mais para a criatura, do que em louvor ao criador. A tonica principal é a superficialidade de seus pregadores (faladores), que assumem o púlpito nos dias de hoje. Preocupam-se mais com o diabo e suas obras, do que mesmo com o poder do Deus Altíssimo. E tamanho é seu apelo às bruxarias e ao misticismo, que não são capazes de discernir entre a vontade de Deus, e a vontade do inimigo de nossas almas, escravizando, e tentando escravizar aqueles que o seguem, com suas doutrinas escravagistas.
As reuniões, dentro e fora do templo, são transformadas em “shows”, onde o exercício corporal é mais voltado para a sensualidade, que propriamente para a espiritualidade. Grita-se, pula-se sem reflexão, não se sabendo a razão para nada, em louvores intermináveis que tomam completamente o tempo para a pregação da Palavra de Deus. Vivem como se fossem cigarras, cantando, cantando, esquecendo-se que inverno chegará, e precisam estar firmados na Palavra para que não sejam destruídos. Preferem viver como se o cantar e dançar fossem a solução para tudo e para todos.
Infelizmente, tudo isto funciona como um “rolo compressor” sobre os jovens e adolescentes, que na maioria das vezes, não está nem aí para o que é puro e santo. Não, não é por culpa deles, mas por culpa daqueles que deveriam ensinar-lhes a doutrina e o caminho a ser seguido.
Torna-se muito mais fácil para as pessoas que lideram e são despreparadas teologicamente, despejarem entulhos sobre aqueles que ali estão, para que os poços de água límpidas e cristalinas parem de jorrar, e dem-se-lhes de beber, água fétida e poluída das poças, como as águas acumuladas da chuva e ficam expostas a todo o tipo de poluição.
Já é chegada à hora de reabrir os poços que estão sendo entulhados pelos filisteus modernos, que jogaram todo o tipo de imundície dentro deles para que não jorrem as Águas da Vida. O Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, tem sido alvo do ataque dos filisteus do séc. XXI, que querem destruir a verdadeira fonte de vida, a verdadeira fonte, de onde jorra água límpida e pura, que é Jesus Cristo. Um poço infindável de alimento e de água para saciar nossa sede. Precisamos ter o desprendimento dado a Isaque, para que possamos reabrir esses poços, e dar vida abundante aqueles que procuram de sua água. Homens e mulheres de Deus, corajosos, que digam não a estes lideres despreparados, fracos e menos avisados do perigo que incorrem, levando os outros ao erro.

“Não removas os marcos antigos que puseram teus pais”. (Pv. 22.28}.
Luiz Santos Thm. Teologia

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